segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Pelo que eu não vi.

Pelo que eu não vi, a sensação de perder algo.
Pelo que eu não fiz, o vazio das mãos vazias.
Pelo que eu não aprendi, a incerteza da falta de conhecimento.

Pelo que eu não conquistei, a falta do que mostrar.
Pelo que eu não falei, o nó da palavra presa na garganta.
Pelo que eu não comi, o gosto do desconhecido.

Pelo que eu não hesitei, a dúvida: poderia fazer melhor?Pelo que eu não entreguei, o acumulo desnecessário.
Pelo que eu não amei, a certeza de que deveria ter amado muito mais,
sem cobrar nada, sem esperar troca, recompensa...
Pelo simples fato de amar e ter sentido o amor,

eu já fui muito feliz e juro, eu nem sabia.
Pelo que eu desperdicei de tempo, a minha saudade,
pelas noites perdidas em lamentações,
pelas muitas reclamações, eu me perdoo,
mas recomendo: não se perca em meio a ilusões tolas,
a vida é breve, o amor é doce, ainda que não correspondido,
ainda que pareça mal-vivido, ainda assim é amor,
e amor, é chama que mantém a alma aquecida,

e fonte da própria vida.
Paulo Roberto Gaefke

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